Performance e Fontes de Energia
O sistema de energia no exercício físico envolve dois processos principais: o aeróbico e o anaeróbico. No sistema anaeróbico, a glicose é rapidamente convertida em piruvato e, na ausência de oxigênio, transforma-se em lactato, permitindo que o corpo produza energia rapidamente, mas por curtos períodos. Já no sistema aeróbico, o piruvato segue para o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória para gerar energia de forma sustentada, com o uso de oxigênio.
A capacidade glicolítica (VLAMax) mede a velocidade de geração de lactato, relacionada ao desempenho anaeróbico, enquanto o VO₂Max indica a capacidade aeróbica máxima de oxigênio processado para a produção energética. Ambos os parâmetros, VLAMax e VO₂Max, são fundamentais para entender a performance e a resistência em atividades de alta intensidade e longa duração.
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Como um sistema está conectado com o outro?
Os sistemas aeróbico e anaeróbico trabalham juntos de forma interdependente para atender à demanda energética durante o exercício. No início de uma atividade intensa, o sistema anaeróbico gera energia rapidamente, convertendo glicogênio e glicose em lactato e piruvato (processo chamado glicólise). À medida que o exercício se prolonga e o oxigênio se torna mais disponível, o sistema aeróbico assume um papel maior, processando piruvato no ciclo de Krebs e após gerando energia na cadeia respiratória. O VO₂Max reflete a capacidade aeróbica, enquanto o VLAMax mostra a capacidade anaeróbica, equilibrando velocidade e resistência conforme a intensidade e duração da atividade.
E o que acontece quando acaba o suprimento de glicose e glicogênio?
Quando o suprimento de glicose e glicogênio acaba, o corpo recorre a outras fontes de energia, principalmente ácidos graxos, que são metabolizados pelo sistema aeróbico em um processo mais lento, mas eficiente. Esse estado é conhecido como “quebra de gordura” ou lipólise. O uso de gorduras exige mais oxigênio e limita a capacidade de realizar exercícios de alta intensidade. Sem carboidratos, o rendimento cai, pois o ciclo de Krebs depende do piruvato, proveniente da glicose, para manter-se funcionando de forma eficiente.
O que acontece com proteínas e aminoácidos durante o exercício em que já foram utilizadas as reservas de glicose e glicogênio? Essas moléculas entram no Ciclo de Krebs para produzir energia?
Quando as reservas de glicose e glicogênio se esgotam, o corpo começa a utilizar proteínas e aminoácidos como fontes de energia, um processo chamado catabolismo proteico. Os aminoácidos podem ser convertidos em intermediários metabólicos que entram no ciclo de Krebs, como o alfa-cetoglutarato e o succinil-CoA, para gerar energia. Esse processo, porém, é menos eficiente e pode levar à perda de massa muscular, especialmente durante exercícios prolongados, uma vez que os aminoácidos essenciais para a síntese proteica são redirecionados para a produção de energia.
Como é feita a regulação entre o catabolismo proteico e a lipólise neste caso?
A regulação entre catabolismo proteico e lipólise é controlada principalmente por hormônios e pela disponibilidade de substratos energéticos. Quando a glicose e o glicogênio se esgotam, os níveis de insulina caem, enquanto os hormônios como o glucagon, o cortisol e as catecolaminas aumentam, estimulando a lipólise para a quebra de ácidos graxos em ácidos graxos livres e glicerol. No entanto, em condições extremas de exercício ou jejum prolongado, o catabolismo proteico também é ativado, convertendo aminoácidos em energia. Lipólise é preferida, mas se insuficiente, aumenta-se o uso de proteínas.
No jejum prolongado ou em dietas cetogênicas, onde há pouca ou nenhuma ingestão de carboidratos, como o corpo cria energia através da lipólise e do catabolismo proteico?
Em jejum prolongado ou dietas cetogênicas, o corpo utiliza a lipólise e o catabolismo proteico para gerar energia. Na lipólise, os ácidos graxos são convertidos em acetil-CoA, que em condições de baixo carboidrato forma corpos cetônicos no fígado. Esses corpos cetônicos servem como combustível alternativo para o cérebro, músculos e outros tecidos. O catabolismo proteico converte aminoácidos em glicose por gliconeogênese, mantendo o nível de glicose mínimo necessário, embora seja um recurso mais extremo, usado para preservar funções vitais quando as reservas de gordura também caem.
Quais as vantagens e desvantagens de corpos cetônicos para os tecidos do corpo?
Vantagens:
• Fornecem uma fonte de energia alternativa ao cérebro e músculos quando os carboidratos estão em baixa, preservando glicose para órgãos que a necessitam.
• São eficientes para o metabolismo cerebral e ajudam a reduzir a necessidade de gliconeogênese a partir de proteínas musculares, o que minimiza a perda de massa muscular.
Desvantagens:
• Podem levar à cetoacidose em níveis elevados, especialmente em diabéticos, causando acidose metabólica.
• O metabolismo dos corpos cetônicos é menos rápido que o da glicose, limitando o desempenho em atividades de alta intensidade.
O que é acidose metabolica?
A acidose metabólica é uma condição em que o sangue se torna excessivamente ácido devido ao acúmulo de ácidos ou à perda de bicarbonato. Ela ocorre quando o corpo não consegue eliminar ácidos suficientes, ou quando há produção excessiva, como no caso de corpos cetônicos em cetoacidose diabética ou na acidose lática. Isso afeta o pH do sangue e pode comprometer o funcionamento de órgãos vitais, causando sintomas como fadiga, respiração rápida, náusea e, em casos graves, podendo levar ao coma.
Ou seja, sempre converse com sua nutricionista a respeito de dietas que eliminam completamente ou quase completamente qualquer tipo de alimento. Se pensarmos em alto rendimento e performance esportiva, fica claro que eliminando o carboidrato (glicose), por exemplo, é um mau negócio, já que o corpo fica limitado na produção de energia. Além disso, alguma situações de restrição alimentar, podem levar a problemas sérios de saúde, como a acidose metabólica causada por excesso de corpos cetônicos (dietas low-carb ou cetogênicas).
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